A magistrada declarou inconstitucional a lei nacional que proíbe o
suicídio assistido, porque ela discriminaria os doentes fisicamente
incapacitados. A resolução, porém, só poderá entrar em vigor após um
ano, tempo que a juíza Lynn Smith determinou para que o Parlamento
canadense modifique a legislação.
A nota do arcebispo Smith afirma que “a posição da Igreja católica é
clara sobre esta questão: a vida humana é um dom de Deus. Por esta
razão, como ensina o Catecismo da Igreja Católica em seu número 2.280,
nós somos os administradores e não os proprietários da vida que Deus nos
confiou. Não podemos dispor dela”.
“Ser os administradores da vida exige de cada um de nós e da
sociedade inteira uma resposta aos sofrimentos físicos, emocionais e
morais das pessoas de todas as idades, especialmente as mais enfermas ou
incapacitadas”.
Smith reforça a declaração feita pelos bispos do Canadá em 2005:
“Temos que enfrentar uma opção fundamental. A nossa resposta a ela
revelará a verdadeira natureza do coração da nossa sociedade. Nossa
solicitude para com a pessoa doente, anciã, deficiente e vulnerável é
demonstrada através do incentivo ao suicídio e à eutanásia? Ou através
do favorecimento a uma cultura da vida e do amor, em que cada pessoa, em
todos os momentos e em toda circunstância ao longo da sua vida natural,
é percebida como um dom?”.
A nota informa que a CECC divulgará um comentário mais detalhado assim que terminar de examinar a sentença de 395 páginas.
A lei da Corte Suprema da Colúmbia Britânica concede um ano ao
parlamento para estudar a questão. “Isto também nos dará o tempo
necessário para veicular as nossas observações no momento oportuno”,
encerra a nota episcopal.
[Trad. ZENIT]
quinta-feira, 21 de junho de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
O AMOR DE DEUS
Deus não é um Ser solitário no céu, nem tão pouco Ele é uma projeção do super ego do homem, ou seja, da instância da personalidade formadora de ideais humanos. È uma Trindade de Pessoas unidas, desde toda a eternidade, pelo vínculo de um amor infinito. Aí o fundamento da assertiva de Cristo que lança cada homem ou cada mulher numa verdade maravilhosa, inimaginável, ou seja, a criatura racional é transportada para o reino do amor trinitário e passa a pertencer à verdadeira família de Deus.
Revelação impressionante e consoladora! Entretanto, em seguida, Jesus mostra como viver esta realidade: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor” (v. 10). Isto foi bem decodificado por São João: “Aquele, porém, que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito. É assim que conhecemos se estamos nele” (1 Jo 2,5). De fato, prova-se o amor não por meio de vocábulos, mas pelas obras.
Já ensinava o Teólogo do Amor: “Não amemos por palavras nem apenas pela língua, mas com ações e em verdade” (1 Jo 3,18). É que a verdadeira dileção é afetiva e efetiva. Sob o ponto de vista da afetividade cumpre atos de complacência, de conformidade com a vontade de Deus, de amizade íntima com o Ser Supremo, de mútua entrega, de união profunda com o Sumo Bem. Como o sol entre as estrelas, tal atitude lança sua claridade e sua formosura em todas as atividades humanas. Para se chegar a este estágio cumpre, outrossim, o amor efetivo traduzido num arrependimento sincero de todas as faltas contra os Mandamentos, numa fuga corajosa de todas as ocasiões perigosas que poderiam afastar o cristão de seu Senhor.
É preciso também o exercício contínuo das virtudes morais, removendo obstáculos, mortificando as paixões, exercitando a paciência, a abnegação, a humildade, a pureza de consciência, enfim, tudo que Cristo compendiou no Sermão da Montanha. Disto resulta a estabilidade no amor prescrita pelo Redentor, donde uma união permanente com o Criador de tudo, tendo nele sempre o pensamento, submetendo-se inteiramente à Sua vontade, subordinando todos os afetos do coração ao amor divino, estando todas as energias postas a serviço de Deus e salvação do próximo.
Com efeito, quem ama a Deus deseja que Ele seja amado por todos e é nisto que consiste o penhor da redenção eterna. Tal maneira de ser é transformante. Assim como o fogo com sua atividade metamorfoseia o ferro e queima todas as suas escórias, do mesmo modo, a caridade na alma a transforma espiritualmente em Deus, a purifica de todas as mazelas e imperfeições. O amor faz semelhantes os que se amam.
A caridade divina irradia a semelhança celestial nos que a possuem. Daí o aumento das energias para o bem. Lemos na Bíblia: “O amor é forte como a morte [ ... ] Suas centelhas são centelhas de fogo, uma chama divina” (Ct 8,6). Eis por que quem vive tudo isto se imerge num júbilo inenarrável, alegria interna, felicidade indescritível.
Passa o cristão a degustar na terra um pouco da ventura do céu, onde verá e amará a Deus como Ele Imperturbabilidade passa a gozar o coração que, desta maneira, ama o Sumo Bem. Isto está assegurado pelo salmista que assim se dirige a Deus: “Grande paz têm aqueles que amam vossa lei: não há para eles nada que os perturbe” (Sl 118,165).
Para se conseguir tão excelso objetivo cumpre refletir que Deus é amabilíssimo pela sua imensa sabedoria, pela sua ampla onipotência, pelos dons que ininterruptamente concede a cada um. Eis aí o fundamento da dileção ao próximo no qual se passa a perceber ao vivo a presença de Deus, verdade muito bem lembrada por São João: “Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê.
Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a seu irmão” (1 Jo 4, 20-21). Aí está o motivo ontológico e teológico pelo qual o amor a Deus e ao próximo estão intimamente associados. São Paulo então nos aconselha: “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, a não ser o amor recíproco; porque aquele que ama o seu próximo cumpriu toda a lei” (Rm 13,8) e cumprir a lei é a prova do amor a Deus.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
O que é Tempo Comum?
O tempo decorrido nas 34 semanas fora dos ciclos de Advento e Natal e
Quaresma e Páscoa, é chamado de Tempo Comum. Os domingos são Domingos
do Tempo Comum ou Domingos durante o ano.
Esses domingos recebem sua força ou sua espiritualidade de duas
fontes: dos tempos fortes (Páscoa, Natal) e dos próprios domingos.
Assim, o Tempo Comum é vivido como continuação, como prolongamento do
respectivo tempo forte. A primeira parte do Tempo Comum após a
celebração da Epifania do Senhor e o Batismo do Senhor (em Janeiro), é
continuação do tempo forte do NATAL. A segunda parte após a Solenidade
de Pentecostes, é continuação do tempo forte da PÁSCOA. A vida renasce
na Páscoa é fecundada pelo Espírito de Pentecostes, desenvolve-se
através do Tempo Comum. No Tempo Comum, a Igreja faz amadurecer frutos
de boas obras, preparando assim a vinda do Senhor.
Mas não basta pensar somente que o Tempo Comum aprofunda os tempos
fortes do Ano Litúrgico. Precisamos também olhar com atenção para o
Domingo. É o domingo que dá sentido ao Tempo Comum. A cada 8o dia, a
Igreja celebra a Páscoa; o Domingo é a Páscoa Semanal. Se o centro do
Ano Litúrgico é a Páscoa, o centro da semana é o Domingo.
Precisamos tomar cuidado com uma certa interpretação errônea: a
palavra Tempo “comum” deixa a impressão de algo não importante, como se o
Tempo Comum fosse aqueles dias do Ano Litúrgico que não tem festas nem
solenidades. Não é assim!
O Tempo Comum nos convida a descobrir nas pequenas coisas do
dia-a-dia, aparentemente comuns, a sua ligação com Jesus Cristo: a
oração, o trabalho, as obras de misericórdia, a ação social. De segunda a
sábado, devemos estar atentos para percebermos os grandes dons de Deus
em nossas vidas. Se agirmos assim, os Domingos do Tempo Comum se
tornarão momentos fortes em nossa vida de fé.
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