segunda-feira, 7 de maio de 2012

MARIA ENTÃO FALOU:

Eis aqui a serva do Senhor! (LC 1, 38)
 

Como as mulheres de seu tempo, Maria foi preparada para o trabalho.  Trabalho que envolvia as atividades domésticas e aquelas outras próprias das mulheres: cozer, fiar, bordar...  Trabalho que transbordava a sensibilidade própria do ser feminino que coloca muito de si naquilo que é produzido e faz o cotidiano ter um sabor especial.

  O anúncio do anjo, a novidade da concepção em seu ventre do Filho de Deus transforma aquele trabalho corriqueiro – com o qual Maria provavelmente já estava bastante acostumada – em serviço. 

Serviço primeiro ao próprio Deus, como aquela que cede o seu ventre para que o Filho do Pai venha ao mundo, com todas as implicações que uma gravidez traz e os conseqüentes cuidados e educação da criança que chega.
Serviço ao outro manifesto através da necessidade de partilhar o seu mistério com a prima Isabel, também detentora de uma grande novidade!  Maria parte para ajudar Isabel: à prima idosa prestará o serviço de seus braços jovens e juntas compartilharão da espera da chegada daqueles que anunciariam a plenitude dos tempos.
Serviço à família, no amor por José expressado a cada dia, no preparo do alimento, no cuidado com a casa, na partilha dos sentimentos próprios daqueles experimentam a paternidade e a maternidade e fazem uma criança constituir-se em um adulto.  Serviço ao Menino que necessitava dos cuidados típicos de uma criança, que precisava ser instruído, que precisava ser educado, enfim, que precisava tornar-se um homem especial: humano e divino. Mais tarde, com Jesus já adulto, os cuidados da infância serão substituídos pelos cuidados dedicados ao grupo de seus discípulos, na lida do preparo de refeições, de camas para o descanso, de roupas limpas, de manter a casa sempre pronta para receber aqueles que um dia irão dar continuidade à obra de seu Filho.
Serviço à Igreja nascente, manifestado na força que demonstra no Calvário, na alegria pelo anúncio da Ressurreição, no entendimento das Escrituras e de todo o Evangelho pregado por seu Filho durante sua vida terrena e que será paulatinamente descoberto por aqueles homens, os primeiros anunciantes da palavra de Jesus.  É em Maria que se reunirão, é na Mãe que buscarão a sua força e o não esquecimento dos ensinamentos do Mestre.  E, por aqueles homens, Maria se tornará a Mãe da Igreja e da Humanidade.
Maria não descansa nunca.  Seu serviço terreno continua no Reino de Deus, de onde continua a interceder por todos nós.  O seu trabalho não cansa, porque é serviço, é dom próprio daqueles que reconhecem no outro suas necessidades e no atendimento destas encontram sua verdadeira vocação.  Que essa mulher incansável possa nos estimular a servir, a trabalhar pela construção de uma nova realidade, a termos nossas casas e corações abertos a todos os que buscam em nós um pouco do amor de Deus.

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